Nesse post sobre
história da música, vamos retratar três grandes compositores do
período Classico: Haydn, Mozart e Beethoven. Além de descobrirmos
um pouco sobre a carreira musical de cada um desses ícones, vamos
também traçar paralelos e ligações entre eles. Existiu um
encontro musical entre Mozart e Beethoven ? Qual a relação de Haydn
e esses dois “garotos” ? Vamos começar falando do mais velho
entre os três, Franz Joseph Haydn.
F. J. HAYDN ( 1732 –
1809 )
Foi o último
compositor eminente que viveu a serviço de um nobre, o principe da família
Eszterházy, onde trabalhou durante toda a vida composicional com a
obrigação de satisfazer as necessidades musicais dessa rica e
poderosa família. Haydn nasce na Aústria e com 8 anos de idade começa
a cantar no coro da Capela Imperial. Fica até os 17 anos onde é
expulso sob uma acusação no mínimo interessante: que ele teria
cortado o rabo-de-cavalo de um colega sob a alegação que ele o
perturbava. Isso foi suficiente para ele ser demitido, ainda
que sua voz já não fosse mais a mesma.
Haydn teve amizades
importantes com aristocratas da época e ele era um homem de
negócios, sempre mais focado nas questões práticas da vida e na
gestão de seus assuntos extra-musicais, o que vem a ser o maior
problema da vida de Mozart. Joseph foi professor de Mozart e
Beethoven, sendo que com o primeiro acabou construindo uma amizade
genuína e de confiança que perdurou até o fim de sua vida. Já
Beethoven, que tinha um gênio rude e não aceitava influências,
acabou dizendo posteriormente: “pensei que Haydn me ensinaria algo,
mas nunca aprendi nada com ele”
Haydn vai para
Londres em 1791 e em 1794, onde lá compõe doze sinfonias que o
colocam finalmente num grau de conhecimento acima do que teria
conquistado em toda sua vida. A cidade o acolheu e adorou seu
trabalho. Haydn aproveitara da experiencia de 29 anos trabalhando
como compositor de uma família e obtem seu sucesso na Inglaterra,
além do seu título de doutor em Música pela Universidade de Oxford
em 1791.
O Hino Nacional da Aústria também foi escrito por ele! Uma junção do segundo movimento do Quarteto de cordas Op. 76 Nº3 ( O Imperador ) e um texto de Leopold Horschten acabaram por ser definidos como Hino da nação. Foi cantado na entrada do imperador no Vienna`s Burgtheater em 1797 e aceito pelo povo.
Para citar uma obra coral muito famosa: A Criação. Onde os instrumentos entram de 1 em 1 sugerindo a criação. Podemos definir aqui como um germe do poema sinfônico, gênero que irá se desabrochar mais a frente de seu tempo.
W. A. MOZART ( 1756 – 1791 )
Johannes
Chrysostomus Wolfgang Gottilieb nasceu em Salzburg e viria a ter nada
mais nada menos do que 626 obras públicadas durante 30 anos de vida
composicional. Mozart viveu 35 anos e escreve desde os 5, isso daria
uma obra de grande estensão escrita a cada duas semanas.
È inegável o dom
criativo que o garoto prodígio demonstrou e isso foi sucesso na
Europa. Mozart viajou em verdadeiras turnês, junto ao pai, mostrando
seus talentos como violinista, cravista e futuramente pianista. Se
tornou mestre na escrita de óperas italiana e escreveu obras
fantásticas como Don Giovanni e Cosi Fan Tutti.
Mozart escrevia música como uma criança que faz rabiscos da família, era como se as musas realmente soprassem ao seus ouvidos e sua produção foi incrível! Mas esse estilo de vida “malandro”, alegre e despreocupado o trouxe problemas como dívidas e a frustração familiar. Mozart fica doente e morre em 1791 sendo enterrado como indigente em vala comum.
L. V. BEETHOVEN ( 1770 – 1827 )
Um dos primeiros nomes que nos surgem a cabeça quando falamos de musica clássica é o de Beethoven. Famoso por ficar surdo na última fase de sua vida e por sua dificuldade de socializar. Claro que a surdez influenciou muito para o seu status de solidão e introspectividade na sua música, mas Beethoven apresenta como sendo a revolução em pessoa até antes de saber da possível patologia. Suas primeiras obras se encontram num nível de virtuosismo e independência já novos para a música. È comum separar a obra de Beethoven em 3 fases, a primeira que vai até 1802 – que seria a fase Clássica, onde o compositor ainda assimila a linguagem musical de seu tempo e vai descobrindo seu caminho. A segunda fase que vai até cerca de 1816 onde ele desenvolve a sua independência e a terceira, e última, fase em que sua obra se torna mais meditativa e introspectiva.
Uma passagem
interessante é um encontro entre Mozart e Beethoven em Viena, no ano
de 1787 que até hoje permanece um mistério ou é floreado. Um
biógrafo de Mozart - Otto Jahn- descreve o momento.
“ Beethoven foi levado à casa de Mozart e, a seu pedido, lhe tocou algo que Mozart, julgando ser uma peça de virtuosismo preparada para a ocasião, aprovou bastante friamente. Tendo percebido isso, Beethoven pediu a Mozart para lhe dar um tema sobre o qual improvisar. Como tinha o hábito de tocar admiravelmente quanto tinha essa disposição, e estimulado pela presença do mestre por quem tinha um respeito tão grande, ele tocou de tal maneira que Mozart, cuja atenção e o interesse aumentavam, acabou por dirigir à peça vizinha onde estavam alguns amigos e lhes disse: “prestem atenção nesse rapaz, um dia seu nome será reconhecido mundialmente.”
Mistério ou não,
floreios ou não, esses assuntos sempre nos deixam curiosos a
investigar.
Beethoven era um
improvisador de mão cheia, não escrevia com a rapidez e agilidade
de produção como Mozart, mas sem dúvidas suas obras traziam sempre
um teor de inovação, podendo ser considerado como o ultimo dos
Classicistas e o primeiro Romântico de verdade que levou o tonalismo
ao limite.
Agora que conhecemos um pouco sobre esses monumentos da música ocidental, vou dipor a vocês uma tabela com a quantidade de obras nos gêneros mais famosos do Classicismo e vamos abrir uma discussão sobre o que esses números querem dizer.
È facil de perceber o declínio em quantidade de produção dos compositores cronológicamente falando. Mas temos que ter em conta o grau de evolução e independência que estão envolvidos. Haydn escreveu 104 sinfonias, Mozart 41 e Beethoven apenas 9, mas consideramos as sinfonias de Beethoven como marco da evolução em termos de escrita sinfônica. O que os primeiros tem em quantidade e racionalidade, Beethoven tem em inovação e expressão dos sentimentos.
Como se costuma dizer, Mozart escrevia uma Sinfonia antes de jantar e depois ia jogar sinuca com os amigos, Beethoven germinava as ideias em seu caderno, escrevia e reescrevia minuciosamente até ficar satisfeito com o resultado e por isso, apesar da produção menor, é considerado um divisor de águas.
Obrigado e até o próximo!!
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