Revisão: Renata Souza
Olá
caros leitores do Blog! Nesta postagem abordaremos o tema Orquestra: sua origem, evolução e utilização nos dias de hoje. Lembrando que fiz dois vídeos para o meu canal onde abordo, com mais profundidade, o tema deste texto.
Originada do
grego ORKHEÍSTHAI – que significa dançar – a palavra ORKHESTRA era usada para
denominar o espaço em frente ao palco onde o coro dançava, já que na Grécia do
século V a.C os espetáculos eram encenados em teatros ao ar livre, denominados
anfiteatros. Portanto, orquestra era o espaço onde se destinava às evoluções do
coro, que cantava e também dançava e onde ficavam os instrumentistas.
Até que, no
século XVII, com o surgimento das óperas, o nome orquestra passa a designar os
instrumentistas à frente da encenação. Já que a principal proposta das óperas
era o resgate dos dramas gregos, nada mais cabível que buscar as terminologias
do espaço do teatro antigo e aplicar nessa nova fase.
Atualmente,
encontramos alguns “sobrenomes” que sucedem a orquestra, por exemplo, Filarmônica
e Sinfônica. Sendo que a primeira indica um grupo de músicos formado sem a
necessidade de aprovação por teste, com o único intuito de fazer música e
promover a arte, enquanto o segundo se refere a músicos profissionais,
remunerados e selecionados via testes para a execução das obras musicais. Além
dessas, existe também a orquestra de câmara, com formação menor, justamente
para ser apresentada em ambientes menores.
Uma orquestra
é formada por pequenos conjuntos de instrumentos que carregam uma
característica em comum. Esses conjuntos são chamados de naipes ou famílias. São
eles: cordas; madeiras; metais e percussão.
A disposição
dos instrumentos é padronizada para obter uma qualidade sonora de excelência, e
para alcançar este nível foi modificada e estudada durante os séculos. Os
instrumentos de cordas e de percussão são facilmente identificados, porque sua
principal característica consta no nome – ou seja, possuem cordas ou foram
feitos para produzirem sons através de impacto ou fricção.
No caso dos instrumentos de madeiras e metais,
não necessariamente são construídos a partir desses materiais. Os da família de
madeiras, por exemplo, são tubos com furos onde o dedo ou chave impedem e abrem
a passagem do ar, que vibra o interior. Eles possuem boquilha com ou sem
palheta, além de simples ou dupla.
Classificamos
nesta família: flautas, clarinetes e saxofones. Sim, isso mesmo!
Já os de metais
são tubos sem furos, onde o ar é direcionado por válvulas e a pressão é feita com
os lábios em bocais. Cabem neste grupo: trompetes, trompas e trombones.
Os
instrumentistas eram violistas, violinistas, violoncelistas e contrabaixistas,
que se reuniam ao contínuo (cravo) e
o grupo frequentemente recebia a adição de flautistas, oboístas e trompetistas,
mas o fixo da recém-orquestra eram as cordas.
Do século
XVIII ao início do XIX constatamos a formação da Orquestra Clássica, onde temos
a criação do naipe das madeiras - Oboés, flautas, fagote e o recém-nascido
clarinete -, que agrupados aos pares davam vida a essa formação. O contínuo
caiu em desuso e as trompas foram atribuídas para a ligação da textura.
Tímpanos e trompetes quase sempre presentes. Essa formação permaneceu como
padrão durante algum tempo e foi a escolhida para as últimas obras de Haydn
(1732 – 1809), toda a obra orquestral de Mozart (1756 – 1791) e as primeiras de
Beethoven (1770-1872) e Schubert (1797 – 1828).
Na metade do
século XIX, a orquestra começa a ampliar-se, com novos instrumentos e
integrantes, tornando-se maior. Nesta época surge o corne-inglês, trombone,
contra-fagote e flautim, o que dava mais cor e brilho às composições.
Orquestra Sinfônica de Heliópolis |
Além disso, a
invenção do sistema de válvulas para a família dos metais favoreceu a
flexibilidade dos instrumentos quanto as tonalidades, ganhando força e mais
apreço dos compositores. Com a ampliação das madeiras, as cordas tiveram que se
expandir em número de integrantes, a percussão foi ganhando volume
(quantitativo) e sonoridades bem peculiares tornaram-se parte da orquestra.
O século XX é
marcado pela ampliação da percussão orquestral. Diversos instrumentistas são
necessários nesse naipe e sonoridades únicas são extraídas. Neste período, as
salas de concerto ampliaram-se, devido ao aumento de público, e por conta disso
a orquestra teve a necessidade de expandir-se para manter sua sonoridade diante
dos espectadores.
Paralelo a
isso, dá-se a criação das Bandas, formadas basicamente de instrumentos de
sopro, que até hoje são utilizadas no segmento musical. Por exemplo, as
Fanfarras são formadas por instrumentos de metal e percussão; as bandas
Militares são compostas por metais, madeiras e percussão. Ambas possuem um
vasto repertório próprio e incríveis possibilidades sonoras.
Já as Bandas
de Jazz, que no início eram formadas por 8 instrumentos (Corneta, trombone,
clarinete, saxofone, piano, banjo, contrabaixo e tambores), se ampliaram,
passando a conter 15 instrumentos ou mais, recebendo o nome de Big Bands, enquanto as que permaneciam
com 8 foram denominadas Combos.
O repertório
orquestral é executado até hoje pelas inúmeras orquestras que existem no mundo.
Destaque para as brasileiras OSB (Orquestra Sinfônica Brasileira) e OSESP
(Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), que executam repertório de
primeira e representam o país no exterior. Obras de Beethoven, Mozart, Vivaldi,
Haydn, Schubert, Wagner, entre outros, fazem parte do repertório dessas
orquestras, que ainda assim sofrem com a desvalorização artística recorrente no
país e com a pouca visibilidade, além de dependerem de patrocínios escassos.
Assim, caímos
mais uma vez na falta de divulgação que às vezes nos faz refém na escolha de
nossos programas culturais. Prestigie a orquestra de sua cidade, pesquise bandas
e fanfarras locais e na medida do possível, vá a apresentações, para que
possamos manter viva a diversidade musical e cultural. Além do que, presenciar
um concerto, ópera ou sinfonia apresentada por uma orquestra é uma experiência
única na vida. Única e histórica!
Nos vemos na
próxima!
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