terça-feira, 30 de agosto de 2016

IV Seminário de Regência em Tatuí - Uma aula de organização e respeito.

          Olá caros amigos leitores. Músicos ou não músicos. Maestros, instrumentistas ou ambos. Hoje trago pra vocês um relato das experiências que vivi em Tatuí, participando do IV seminário de regência no Conservatório da cidade. Além de informar a quem queira participar de um seminário pela primeira vez e tem curiosidade, o propósito deste vídeo é incentivá-los a participar de seminários e tirarem o maior proveito desta experiência de imersão.

         Coordenado pelo professor e maestro Dario Sotelo, com participação do maestro americano Matthew George e da incrível Banda Sinfônica do Conservatório de Tatuí, o seminário funciona como uma grande fonte de trocas entre os participantes. Estes são separados entre regentes ativos e participantes. Para ser um regente ativo, e atuar nos concertos, foi necessário o envio de um vídeo e ser aprovado numa seleção feita pela direção. Os participantes bastavam se inscrever e acompanhar. 
Eu (Lennon Strabelli) e o maestro Matthew George

          O evento teve a duração de 4 dias corridos - 22/08/2016 a 25/08/2016 - e os dias seguiam com um esquema parecido: pela manhã, participamos nos ensaios abertos. Os regentes ensaiavam com a Banda e os professores davam os refinamentos necessários. Experiência única para nós pois parecia como uma masterclass de regência. Muita informação foi retirada desta prática. A incrível dedicação da banda e dos maestros fizeram a diferença nesta etapa matutina do evento. 

        A tarde era o momento das palestras. Neste período, foram tratados diversos assuntos, unidos pelo fio da regência de banda sinfônica, que um profissional deve lidar. Temas como: "comunicação gestual"; "trabalhando com o ritmo" e "trabalho de preparação de partitura" servem de exemplos para esses momentos de aprendizado. Ao fim da tarde, tivemos uma hora aplicada a criação de um documento, como uma pesquisa detalhada, sobre o nosso trabalho como regentes de bandas sinfônicas em nosso município. A ideia desses encontros era favorecer a troca de experiências e ajudar ao Dario em sua nova empreitada como presidente da WASBE (World Association for Symfonic Band and Ensembles) na qual já foi eleito e assumirá o cargo em 2017, sendo o primeiro presidente sul-americano da organização. Ressalto aqui a importância dos músicos ficarem atentos a tudo o que nos traga benefícios no campo da arte, e com Dario na presidência de uma organização importantíssima como esta, temos chances de elevar o nosso nível, tanto de sensibilidade, como o de condições de trabalho. Deixo aqui o site para maiores informações e a possibilidade de se tornar um sócio da WASBE.

        Então a noite era o momento da realização. Os concertos abertos ao público com os regentes a frente da Banda e executando o repertório. 30 minutos antes, Dario dava a voz aos maestros contarem um pouco a história de suas obras, para posicionar o público e praticarem esse tipo de fala. O repertório realizado nestes dias, caso alguém queira pesquisar foi o seguinte:


 



Boris Pigovat (1956) - Lights from the Yellow Star: Music of Sorrow and Love
Martin Ellerby - Cinnamon Concerto for Saxophone
David Gillingham - Apocalyptic Dreams - Sinfonia Nº1
C. Wittrock - Abertura "Lord Tullamore" e Spanish Dance for English Horn and Band
J. Curnow - Canticle of the Creatures
R. Korsakov - Concertino para Trombone e Banda
H. Nogueira - Cinco Miniaturas Brasileiras
Thomas Doss - Magic Overture
Yusuke Fukuda - Symphonic Dances
Robert Jager - Variations on a Theme of Robert Schumann
Luis Soto Márques - Jaibamá
Philip Sparke - A Pittsburg Overture
Jess Turner - Concertino Caboclo para Flauta,  Piccolo e Banda
Alfred Reed - Música para Hamlet
Paul Hart - Cartoon
Gordon Jacob - Celebration Overture
Vaughan Williams - Concerto for Tuba
Franck Ticheli - Postcard
Jose I. Blesa - Mare Tenebrosum










        Assim se seguiram os 4 dias. Éramos em mais de 200 pessoas. Tudo aconteceu no Teatro Procópio Ferreira e muito bem liderado e organizado por Dario, que sempre exigia precisão nos horários, afinal nós como regentes temos que espelhar isso em nossos grupos se quisermos obter resultados e um bom uso do tempo disponível.         

       A cidade é extremamente acolhedora. Quem anda com a credencial do conservatório tem desconto em restaurantes e é bem visto pelos moradores. Tatuí tem pouco mais de 100 mil habitantes e recebe pessoas do Brasil inteiro para o seu Conservatório e as atividades artísticas lá contidas. Fica a aproximadamente 160km de São Paulo e não tive problemas com estadia e alimentação. A cidade tem de tudo e com bastante opções.

       Sempre me encontrei numa esfera mais orquestral e coral da música e essa foi uma experiência de somatória incrível. O universo lá é o de banda sinfônica. Muitas vozes, uma grade repleta de instrumentos, muita transposição, muitas cores (timbres) diferentes, uma percussão enorme e um maestro que se propõe a reger tudo aquilo.
Matthew em um dos ensaios abertos, demonstrando algo para os regentes


       Pretendo voltar, pois tivemos a ótima notícia de que o próximo seminário está marcado para Junho/2017. Convido todos vocês a conhecerem o site do conservatório e a lerem a matéria oficial sobre o seminário. Participem desses encontros e ampliem o campo de visão/atuação de regentes. Coloquem em prática as trocas vistas aqui e passem adiante as informações para que possamos sempre evoluir o campo da regência. Meu muito obrigado ao Dario, ao Matthew George, à Banda Sinfônica do Conservatório e À Banda da EMMSP, regida por Dario e que nos acompanhou em dois dias da nossa jornada. Até o próximo!


Final de concerto, os regentes alinhados a frente da Banda Sinfônica do Conservatório de Tatuí.

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